quarta-feira, 16 de junho de 2010

A véspera da morte.

As pessoas se suicidam de maneiras diversas; uma, ingere uma dose excessiva de remédios que, não necessariamente, são calmantes; outra prefere se jogar de um prédio muito alto. Os fragmentos restantes da minha lucidez evitam que jogue-me de um prédio, mas me pergunto: ' E se um dia eu não conseguir me controlar? '
 O suicídio é um ato bastante altruísta, acontece quando a pessoa não se julga mais capaz de fazer algo, realmente, bom; quando parece que nada mais funciona, mas em contra-ponto poderíamos citar que algumas pessoas que manteram, diretamente ou indiretamente, uma relação com o suicida, não o compreenderão!
 O suicída não acorda em um dia qualquer e decide por fim em toda sua vida, é algo estudado diariamente, observa-se todas as possibilidades, mas este se julga incapaz de mudar os fatos. É mais fácil acabar com a vida de uma única vez do que ter de prolonga-la até os últimos minutos, visto que os minutos tornar-se-iam insuportáveis.
 - E se ao invés de decidir por um prédio alto, eu escolhesse gilettes? Um corte profundo e certeiro, talvez um que perfurasse todas as minhas veias, acredito que a possibilidade de um salvamento seria mínima. Há dias que o suicídio se torna a única opção, então a fuga seria pensar em seus parentes, no amor que você sente por eles, mas e quando não existe? Quando não existe, o único ato altruísta que deveria fazer a si mesmo é acabar com sua vida.
 A véspera da morte é cômica, o acaso pode surpreendê-lo e, 5 minutos antes do tão planejado suicídio, poderá conhecer alguém que mudará sua vida. A vida, uma faca de duas pontas, não é boa e talvez não seja inteiramente desagradável, pois as pessoas que se encontram nela é que podem ser desagradáveis. Pensando em quão a vida não é permanente, o suicídio seria uma valvúla de escape. O fluxo, mesmo veloz e contínuo, há escoações. O suicida apenas sairá do fluxo e ficará escondido em alguma parte, visto que este é matéria e na natureza 'nada se cria, tudo se transforma'. A morte é só uma passagem, logo, não precisamos esperá-la julgando que tudo tem tempo certo.

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