Em uma praça, há vários transeuntes; estes praticam ginástica, esses dar-se-ão beijos e aqueles brigam.
É fácil perceber a irritação no olhar, é a conseguência do momento. Curiosos os cercam, com o burburinho do momento escuta-se algumas opiniões: ' ah, depois
da briga não voltam mais.' ou ' Eles não deveriam continuar juntos, o amor acabou.' e até ' Que casal estrambótico, é visível que não se suportam e ainda permanecem juntos. O considerável disto é que não se pode responder o que se passa entre namorados, pois há sempre entre eles algo escondido de todos e que só é conhecido dos interessados! O tempo é assência da comodidade, a comodidade é a finalidade do amor. Não posso afirmar que tornar-se-á cansativo quando a comodidade chegar, pois em um relacionamento busca-se segurança, logo, comodidade! São as incertezas que fazem um relacionamento
se tornar único, mas o costumeiro faz se tornar válido. A busca por um relacionamento inspira as mais diversas emoções. Os poetas romancistas dedicaram-se aos casos amorosos, os músicos dedicam-se a melodias apaixonantes, e os civis a busca contínua de um amor inesperado. Aquele amor que lava à roupa na mesma lavanderia, aquele que esbarra em você na fila do cinema, o que compra o último cigarro à venda, e mesmo aquele insuportável que trabalha na mesma empresa que você.
Mas esse amor é ilusório, passa despercebido por você e as vezes nem o olha. Aí volta a angústia da procura incessante por um amor, amor avassalador, amor efêmero, mas é amor, e só amor! Engraçado é que quando o encontramos, começa-se uma luta diária para conseguir a segurança, ou seja, a tão injustiçada comodidade. O amor é isso, é comodidade, é acordar todos os dias e encontrar a mesma pessoa ao seu lado, é encontrar roupas jogadas ao chão e não se importar, é ligar do trabalho e falar sobre os seus filhos, é deixar de ler um bom livro e apagar a luz (quase ao mesmo horário, todos os dias) e considerando todos esses fatos, afirmar categoricamente, que não fará nada para mudar essa rotina. Sim, isso é comodidade, meus amores!
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